Auxílio às concessionárias de energia (Conta Covid) mais estiagem vão aumentar sua conta de luz

Aneel anunciou no último dia 26/05/20 a proposta para mitigar os efeitos financeiros que a pandemia gerou e pode gerar para empresas do setor elétrico . Será executado através de empréstimo de diversos bancos privados, e será coordenado através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Este auxílio tem teto de R$16,1 bilhões de reais, e será cobrado de volta, através da fatura de energia dos consumidores, ao longo dos 60 meses subsequentes. O objetivo é injetar liquidez nas empresas do setor, reduzir os impactos de curto prazo da tarifa, que já seriam repassados ao consumidor, e usar a liquidez para diluir em mais tempo os aumentos, porém, não se engane, a Conta Covid será chegará.

Em adicional à Conta Covid, temos a chegada das estações mais frias, outono e inverno, a preocupação com o nível dos reservatórios para abastecimento de água e geração de energia elétrica. E este ano a estiagem vem atingindo várias áreas do país, principalmente na Região Sul. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), nos meses de abril e maio, o volume registrado de água que chega aos reservatórios das hidrelétricas na região, atingiu a média de apenas 17% em comparação com o padrão histórico para o período.

Como a previsão é de que os índices pluviométricos se mantenham baixos, a situação de estiagem pode se refletir no fornecimento de energia elétrica, somando-se a Conta Covid, aumentando ainda mais a conta de luz do consumidor. Não é cultural dos brasileiros se planejar com muita antecedência, mas para evitar pagar energia elétrica mais cara, a Energia Solar vem se tornado uma forte aliada no planejamento e economia, afinal, trata-se de um investimento com retorno.

Além de ser uma fonte energética sustentavelmente correta e de grande abundância no país, a energia proveniente do sol vem a cada ano transformando a matriz energética do Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), o modelo já ocupa o sétimo lugar como maior fonte de energia, ultrapassando inclusive as usinas nucleares.

Em face da crise que o mundo está vivendo, com cenário desfavorável no ponto de vista de saúde pública e econômica, no Brasil temos ainda que considerar o agravamento da estiagem em algumas regiões e instabilidades políticas. E uma boa alternativa para residências, condomínios e empresas se planejarem para ter uma economia na tarifa elétrica, é a energia solar, segundo Adilson Camana, Gerente da Unidade de Negócio da NHS Solar, empresa paranaense de Nobreaks e sistemas fotovoltaicos. “Estamos vivendo um momento onde todos estão priorizando revisar suas contas fixas, mantendo só o mais importante. E não será trocando uma lâmpada por outra ou apagando mais uma luz, que haverá uma redução expressiva na conta, seja no escritório ou na residência. É necessário um planejamento que possibilite observar um horizonte de médio prazo, onde se possa parar de pagar altos preços de energia elétrica, além de ter mais autonomia na sua geração. E é neste momento que podemos pensar em usar um gerador fotovoltaico como alternativa para reduzir essa conta”.

De acordo com Camana, a instalação de painéis solares pode reduzir em até 95% os gastos com a tarifa de luz, e caso haja um aumento na conta de energia ou alteração para bandeira vermelha, por conta da estiagem, o consumidor que usa o modelo fotovoltaico, não sentirá esse aumento no bolso. “Em casos residenciais a economia pode chegar até 95%, dependendo do estado. Em casos comerciais, essa redução percentualmente é um pouco menor, mas ainda assim muito expressiva. Ela pode variar também em função de impostos em alguns estados, mas com um planejamento para o sistema, ela pode reduzir de forma drástica a conta de luz e ainda ser gerada de forma um pouco mais autônoma, não dependendo só da distribuidora para ter geração de energia. Qual empresário não gostaria de reduzir em 10% ou até 50% da sua fatura de energia, que hoje representa uma grande despesa dentro das empresas?”, completa.

Orientações importantes para implantação do sistema fotovoltaico

O especialista da NHS Solar comenta alguns pontos que devem ser levados em consideração pelos consumidores na hora de implantar o sistema de energia solar. “Uma das características mais importantes para a implementação do sistema fotovoltaico, é avaliar muito bem a empresa que fornecer os produtos e executar a instalação. É preciso buscar por empresas sérias, pois estamos falando de um sistema que vai gerar energia por décadas. E temos que considerar fatores importantes no projeto como: onde está localizada a instalação, para ponderar radiação da região, se é na residência ou empresa, o local de instalação das placas, inversores, como será o estrutural, o ângulo para melhor captação do sol, entre outros”.

Outro ponto levantado é com relação ao preço. Ele é importante sim, mas não pode ser o único fator para a tomada de decisão, comenta o profissional. “As pessoas precisam olhar para a qualidade do sistema, pois ele vai gerar energia, em média, de 25 anos. Então essa decisão não pode ser só focada no valor, mas também devem ser levada em consideração a marca e qualidade dos produtos que estarão sendo instalados para sua segurança”.

Sobre o setor

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os números de instalações fotovoltaicas triplicaram no país no ano passado, em relação a 2018. Em 2019 foram 95,3 mil instalações, enquanto no ano anterior 30 mil, e em maio de 2020 o Brasil atingiu 314 mil instalações, e isto representa apenas 1,6% da energia gerada no país.

De acordo com a Absolar, os consumidores residenciais representam 73% do total em números de sistemas fotovoltaicos instalados no Brasil. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (18%), consumidores rurais (6%), indústrias (3%), poder público (0,5%) e outros tipos, como serviços públicos (0,04%) e iluminação pública (0,01%).

A energia solar é a que mais cresce no Brasil e até 2029, de acordo com a estimativa da Absolar, ela quadruplicará a participação no mercado e na matriz energética brasileira.

ADILSON CAMANA
GERENTE DA UNIDADE DE NEGÓCIOS DE ENERGIA SOLAR
NHS SISTEMAS DE ENERGIA